A Polícia Civil de Mato Grosso indiciou, nesta terça-feira (27), o motorista envolvido no episódio de destruição do deck de um restaurante na movimentada Praça Popular, em Cuiabá, ocorrido no último sábado (24). O homem foi enquadrado por tentativa de homicídio com dolo eventual, dano qualificado e omissão de socorro.
O investigado compareceu voluntariamente à Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), onde foi ouvido pelo delegado Claudinei Lopes, responsável pelo inquérito. Durante o depoimento, o motorista afirmou que não tinha intenção de causar o estrago e alegou que a situação teria começado com uma confusão dentro do restaurante.
Versões e provas
Segundo o condutor, ele teria sido agredido por desconhecidos e, em pânico, tentou deixar o local rapidamente, momento em que perdeu o controle do veículo e colidiu com o deck do estabelecimento. No entanto, imagens de câmeras de segurança e laudos periciais enfraquecem a tese de legítima defesa apresentada por ele.
Um dos pontos mais graves do episódio foi o atropelamento da própria tia, que estava atrás do veículo durante a manobra de ré. Mesmo ferida, a vítima não recebeu socorro por parte do motorista, que fugiu do local após abandonar o carro.
Laudos e novos desdobramentos
A mulher atropelada sofreu uma luxação no pé e também será submetida a exame de corpo de delito. O condutor, por sua vez, foi agredido por frequentadores do local após o impacto com o deck e também deverá passar por avaliação médica.
Apesar de relatos iniciais sugerirem que o carro poderia ter sido alvo de disparos, a perícia descartou a presença de marcas de tiros ou projéteis no veículo.
Três crimes já confirmados, e mais podem vir
O delegado Claudinei Lopes foi direto ao afirmar que, mesmo sem intenção explícita, o condutor assumiu o risco de matar ao lançar o carro contra uma área onde estavam várias pessoas momentos antes. “Poderia ter causado uma tragédia”, enfatizou o delegado.
Além disso, os danos materiais ao restaurante foram considerados severos, configurando dano duplamente qualificado. Já a omissão de socorro ficou caracterizada pelo fato de o motorista não ter prestado ajuda à tia, optando por deixar o local sem prestar esclarecimentos imediatos.
Durante o interrogatório, o investigado admitiu ter consumido uma taça de champanhe antes de dirigir. Testemunhas ainda serão ouvidas, e caso fique comprovado o consumo de álcool em nível proibitivo, ele também poderá ser autuado por embriaguez ao volante.
Apesar da gravidade dos fatos, o motorista foi liberado após o depoimento. A Polícia Civil segue com as investigações para concluir o inquérito.
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