Uma mulher de 35 anos foi presa neste sábado (12), acusada de ter abandonado sua filha recém-nascida dentro de uma sacola plástica, no bairro CPA 4. A detenção aconteceu no bairro Doutor Fábio, após denúncia recebida pela PM.
A bebê havia sido resgatada na última quinta-feira (10), por policiais do 3º Batalhão, que patrulhavam a Avenida Curió quando foram alertados por moradores da região. Segundo relatos, os populares ouviram choro de bebê vindo de uma lixeira, o que motivou a abordagem imediata dos agentes ao local.
Ao revistarem a área, os policiais encontraram a recém-nascida se movimentando dentro de uma sacola plástica, ainda com cordão umbilical e vestígios de placenta nos cabelos, o que indicava que ela havia nascido recentemente — com aproximadamente três dias de vida. A menina estava vestida e foi levada às pressas para a UPA da Morada do Ouro, onde recebeu os primeiros cuidados médicos. Pesando cerca de 3 kg, a criança passou por avaliação e segue sob cuidados especializados.
A reviravolta no caso ocorreu quando a namorada do suposto pai da bebê reconheceu a situação após a repercussão do resgate e acionou a Polícia Militar. O homem, então, revelou o paradeiro da mulher, que foi localizada em uma quitinete no bairro Doutor Fábio.
Durante a abordagem, a suspeita admitiu ter deixado o hospital com a filha no dia 7 de abril, sem realizar o registro civil da criança. Três dias depois, diante do desespero e da falta de apoio — segundo alegou —, decidiu abandonar a recém-nascida. À polícia, ela contou que buscou ajuda do pai da menina, mas ele teria se recusado a oferecer suporte. Mãe de outros filhos e morando sozinha, afirmou que não tinha condições financeiras nem emocionais de cuidar da criança.
A mulher foi encaminhada à delegacia, onde o caso foi formalizado. A Polícia Civil deve seguir com as investigações para apurar todas as circunstâncias do crime.
Investigação e medidas protetivas
O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha o caso da recém-nascida, que agora será incluída em um programa de acolhimento institucional. As autoridades também devem avaliar a possibilidade de encaminhar a criança para adoção, conforme os trâmites legais e decisão judicial.
A Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) deve assumir a apuração e poderá indiciar a mulher por abandono de incapaz, crime previsto no Código Penal Brasileiro com pena que pode ultrapassar cinco anos de reclusão, agravada pela idade da vítima e pela condição de recém-nascida.
O caso gerou grande comoção nas redes sociais, e moradores da região têm organizado campanhas para arrecadar roupas e fraldas para a bebê.
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