A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (15), uma operação para desarticular um esquema de golpe eletrônico que causou prejuízo de R$ 36,5 mil a uma vítima atraída por um anúncio falso em rede social. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos suspeitos, localizadas em Cuiabá e Várzea Grande.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Estelionato de Várzea Grande, aponta que os dois envolvidos — um homem de 22 anos e uma mulher de 19 — teriam atuado de forma articulada para aplicar o chamado “golpe do intermediador”, prática criminosa que se vale de anúncios falsos para enganar compradores.
Como o golpe foi aplicado
O crime ocorreu em maio de 2024, quando a vítima, moradora de Várzea Grande, se interessou por uma caminhonete S-10 anunciada por R$ 36,5 mil em uma plataforma de comércio online. Após negociação virtual com o suposto vendedor, a vítima se deslocou até Primavera do Leste para fechar a compra.
No local, o criminoso orientou que a quantia fosse transferida para a conta de sua “esposa”, que na verdade seria sua cúmplice. Após o pagamento, a vítima descobriu que o veículo anunciado não pertencia ao suposto vendedor e que tudo se tratava de um golpe.
Investigação e histórico criminal
De acordo com o delegado Ruy Peral, responsável pelo caso, a dupla já era conhecida da polícia e possui passagens por crimes semelhantes nos municípios de Cáceres, Sinop e também em Ariquemes (RO). Um dos envolvidos ainda tem registros por tráfico de drogas, roubo e corrupção de menores, o que reforça o histórico de envolvimento em atividades criminosas.
Como parte das diligências desta terça-feira, além das buscas nas residências dos investigados, a Polícia Civil também obteve na Justiça a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos e o bloqueio de valores e contas bancárias usadas para movimentar o dinheiro do golpe.
Ação integrada e alerta à população
O delegado Ruy Peral alertou para a importância de verificar a procedência de anúncios online, especialmente aqueles com valores abaixo do mercado, e ressaltou que, nesses casos, os golpistas costumam se passar por intermediários para convencer as vítimas a realizar pagamentos diretos a terceiros.
“Esse tipo de crime tem se tornado cada vez mais comum com o crescimento do comércio virtual. Por isso, é fundamental desconfiar de negociações que envolvem transferência de valores sem garantia jurídica e sempre buscar validar a identidade dos vendedores”, reforçou.
A Polícia Civil segue com as investigações para levantar outros possíveis envolvidos na quadrilha e identificar novas vítimas que possam ter sido lesadas pelo mesmo esquema.
A dupla será investigada pelos crimes de fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O inquérito também apura o envolvimento de outras contas bancárias no esquema fraudulento.
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