Mesmo enfrentando uma queda na produtividade da cana-de-açúcar na safra 2024/2025, Mato Grosso mantém sua posição de destaque como segundo maior produtor de etanol do Brasil. O desempenho foi impulsionado pelo crescimento vigoroso do etanol de milho, que avança ano após ano e já domina a maior parte da produção estadual.
De acordo com o 4° Levantamento da Safra 2024/25 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada com cana cresceu 6,1%, passando de 194,1 mil para 205,9 mil hectares. Porém, o impacto do clima adverso derrubou a produtividade em 6,9%, com a média caindo de 90.989 kg/ha para 84.719 kg/ha. Como resultado, a colheita somou 17,4 milhões de toneladas, um recuo de 1,2% em relação à safra anterior.
Apesar do cenário desafiador para a cana, a produção de açúcar no estado deve avançar 7,3%, alcançando 578,4 mil toneladas. O crescimento se deve à boa valorização do produto no mercado internacional, que levou as usinas a ajustarem seus processos industriais.
O grande trunfo da safra, no entanto, foi o etanol. A produção total saltou para 6,577 bilhões de litros, um aumento expressivo de 23,7% em comparação à safra passada. Do total, 5,418 bilhões de litros vieram do milho – um impressionante salto de 28,6% –, enquanto o etanol de cana subiu 5%, chegando a 1,159 bilhão de litros.
Esse avanço consolidou Mato Grosso como o maior produtor de etanol de milho do país, resultado da expansão de novas usinas, da modernização do parque industrial e da entrada em operação de novas plantas de menor porte, inclusive em propriedades rurais.
“Esse crescimento reflete o investimento contínuo da nossa indústria, a modernização do setor e a confiança no potencial de Mato Grosso. Estamos gerando empregos, renda e fortalecendo uma matriz energética limpa e sustentável“, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.
No cenário nacional, a produção de etanol cresceu 4,4%, chegando a 37,2 bilhões de litros, puxada pelo milho. Já a produção a partir da cana-de-açúcar recuou 1,1% devido às condições climáticas desfavoráveis em importantes regiões produtoras.
A Região Centro-Sul segue como principal produtora de etanol do Brasil, com destaque para São Paulo, que ainda lidera o ranking com 13,5 bilhões de litros, apesar de uma leve retração de 2%. Mato Grosso aparece na sequência, superando estados como Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Outro diferencial de Mato Grosso é a mecanização total da colheita de cana, implementada desde a safra 2021/2022, um indicativo claro do avanço tecnológico do setor sucroenergético local. A nível nacional, o índice de mecanização atingiu 92,4%.
“Ano após ano, Mato Grosso reafirma sua capacidade de inovar e liderar na produção energética sustentável. Hoje, temos 22 usinas em funcionamento, sendo 14 voltadas ao processamento de milho – 11 delas exclusivamente dedicadas a essa matéria-prima. Somos referência em eficiência energética e valorização dos biocombustíveis renováveis no Brasil“, concluiu Vinicius Hideki, coordenador do Centro de Dados Econômicos do estado.
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