A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu o inquérito que investigava a trágica morte da adolescente Ketlhyn Vitória de Souza, de apenas 15 anos, e apontou o médico — então namorado da vítima — como autor do crime de feminicídio, além de outros seis crimes correlatos. Caso condenado com base nas penas máximas, ele poderá cumprir até 62 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado. O caso ocorreu na madrugada do dia 3 de maio de 2025, em Guarantã do Norte, no norte do estado.
Linha do Tempo do Crime
A investigação reconstruiu, com precisão, os últimos momentos da vítima. Por volta das 00h55, o casal deixa um bar localizado no centro da cidade. Às 00h57, o carro, dirigido pelo médico, segue pela Avenida José Nelson Coutinho. No minuto seguinte, já na Avenida Guarantã, a jovem é colocada no colo do suspeito e assume a direção do veículo. É nesse instante que o disparo fatal acontece dentro do automóvel.
Às 01h01, o carro segue em alta velocidade pela Avenida Dante Martins de Oliveira, rumo ao hospital. A chegada à unidade de saúde ocorre às 01h02, mas a morte de Ketlhyn é confirmada às 01h28. Três minutos depois, a Polícia Militar é acionada e chega ao local às 01h31.
Indiciamentos e Detalhes da Investigação
Segundo o delegado Waner Neves, responsável pelo caso, além do feminicídio, o médico foi indiciado por:
- Dano ao patrimônio público
- Porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
- Disparo de arma de fogo em local habitado
- Dirigir sob efeito de álcool
- Entregar direção a pessoa não habilitada
- Oferecer bebida alcoólica a menor de idade
A polícia apurou que o médico adquiriu ilegalmente a arma usada no crime em 2022. Ele conheceu Ketlhyn entre outubro e novembro de 2024, apresentado pela irmã da vítima. Em janeiro de 2025, iniciaram uma relação de união estável. Três meses depois, a jovem foi levada ao hospital com sangramento nasal — um episódio em que foi atendida pelo próprio namorado, que negou sinais de agressão.
Ainda segundo o inquérito, uma semana antes da tragédia, o médico teria feito disparos aleatórios com a arma pelas ruas da cidade.
Prisão e Confissão
O suspeito foi preso preventivamente em 5 de maio, dois dias após o crime. Durante o interrogatório, confessou ser o autor do disparo, mas alegou que foi acidental, pois acreditava que a arma estava descarregada.
Ele disse ter prestado socorro imediato à adolescente, levando-a até o hospital. Lá, permaneceu durante todo o atendimento de emergência. Após a confirmação da morte, o médico teria entrado em surto e danificado parte da estrutura da unidade hospitalar.
O Caso
A morte de Ketlhyn comoveu a população local. A Polícia Militar foi chamada ao hospital por volta das 2h da manhã, após o registro de uma jovem ferida com um tiro na cabeça. Um dos funcionários do hospital relatou que o médico chegou em estado de desespero, pedindo aos gritos que salvassem “a menina dele”.
O caso segue agora para o Ministério Público, que deverá se manifestar sobre a denúncia e o possível andamento do processo judicial.
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