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Operação Eclipse mira alto escalão de facção e apreende milhões em bens e contas bancárias

Operação Eclipse mira alto escalão de facção e apreende milhões em bens e contas bancárias

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia de Água Boa, deflagrou na manhã desta quinta-feira (5) a terceira fase da Operação Eclipse, com foco na desarticulação financeira e estrutural de uma facção criminosa que movimentou mais de R$ 22 milhões com o tráfico de drogas em dezenas de municípios do estado.

A ofensiva policial cumpriu 68 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão, busca e apreensão, bloqueio de contas e sequestro de bens. Um dos principais alvos foi um homem apontado como responsável pela gestão financeira da facção em 43 cidades, além de sua esposa, que atuava ao seu lado na administração das finanças ilegais, e um empresário de Rondonópolis, investigado por participação no esquema de lavagem de dinheiro.

Entre as medidas executadas, destacam-se 5 mandados de prisão, 16 buscas e apreensões, 14 bloqueios bancários que podem chegar a R$ 7 milhões, além do sequestro de bens móveis e imóveis avaliados em mais de R$ 1 milhão, como residências, veículos de luxo e propriedades rurais. As diligências ocorreram nas cidades de Água Boa, Rondonópolis e Canarana.


Estratégia e alcance milionário

As investigações, iniciadas em 2023, revelaram que o traficante-chefe de Água Boa, na verdade, nunca residiu na cidade. De Rondonópolis, ele comandava uma extensa rede de distribuição de drogas e também assumia o papel de “tesoureiro” da facção, controlando o fluxo de dinheiro oriundo do tráfico em mais de 40 municípios mato-grossenses.

Entre as cidades sob influência do grupo estão Barra do Garças, Confresa, Paranatinga, Canarana, Gaúcha do Norte, Poxoréu, São Félix do Araguaia, Nova Xavantina, Primavera do Leste, entre muitas outras — abrangendo desde o Araguaia até a região Sul do estado.


Vida de luxo e ostentação

Apesar de não possuir antecedentes criminais, o investigado levava uma vida de alto padrão, com casas confortáveis, veículos de luxo, passeios em resorts e uma chácara de lazer. A esposa, também alvo da operação, participava ativamente da gestão financeira do tráfico e mantinha um estilo de vida luxuoso, com gastos elevados em roupas e serviços de beleza.

Ao todo, cinco pessoas da cúpula da organização criminosa foram presas, incluindo o casal, o empresário de Rondonópolis — proprietário de uma loja de roupas — e dois outros integrantes com funções ligadas ao setor financeiro da facção.


Operação Eclipse: golpe no crime organizado

A Operação Eclipse se consolida como um marco no combate ao tráfico de drogas em Mato Grosso, especialmente na região de Água Boa. A ofensiva é fruto de uma ação integrada de inteligência com apoio do Núcleo de Inteligência da Regional de Água Boa, Delegacia de Roubos e Furtos de Rondonópolis e Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

De acordo com o delegado Matheus Soares Augusto, responsável pela investigação, a operação teve como foco principal alvos estratégicos da facção, com o objetivo de quebrar a estrutura logística, financeira e organizacional do grupo. A prisão de lideranças e a apreensão de recursos visam enfraquecer a facção e dificultar sua reorganização.

“Atingir membros-chave provoca danos diretos à estrutura da organização criminosa e compromete seu funcionamento interno”, destacou o delegado.

As investigações continuam, e novas fases da Operação Eclipse não estão descartadas.

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