Em sua primeira reunião de secretariado, realizada na manhã desta quinta-feira (2), o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), destacou a necessidade de adotar medidas rigorosas de contenção de despesas para enfrentar a delicada situação financeira financeira pela gestão anterior, do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Brunini revelou que seu antecessor deixou a prefeitura com apenas R$ 6,8 milhões em conta, ante uma folha de pagamento de R$ 78 milhões. A meta de Abílio é organizar as finanças de Cuiabá, tendo como prioridade o pagamento do salário de dezembro dos servidores municipais. Algumas medidas duras serão necessárias para atingir o controle financeiro.
“A conta da prefeitura nós recebemos com R$ 6,8 milhões disponíveis em caixa. A folha custa R$ 78 milhões completa para ser paga, sendo que tem que pagar a de dezembro, que a prefeitura não pagou. A receita do mês de janeiro é de R$ 180 milhões. Nós vamos atrás de todos os recursos necessários para pagarmos o mais rápido possível a folha de dezembro e condições para pagar fornecedores de medicamentos, prestadores de serviço da área da saúde”, explicou o gestor.
O encontro, que começou às 8h e terminou às 9h30, revelou o desafio inicial de economizar R$ 100 milhões nos primeiros 100 dias de governo. Uma parte significativa desse valor, cerca de R$ 9 milhões, deverá ser alcançada com a redução da folha de pagamento, incluindo cortes de 30% a 40% nos cargos comissionados.
“Estamos estruturando uma estratégia de trabalho que permita, em primeiro lugar, sair da mão de obra dos funcionários, especialmente da área de saúde, e garantir o funcionamento pleno dos serviços públicos essenciais, como educação, saúde, limpeza urbana e coleta de lixo”, afirmou o prefeito .
Ajustes e parcerias
Além da austeridade, Brunini enfatizou a importância de fortalecer a relação com o setor privado e com a Câmara de Vereadores para construir um ambiente de colaboração. A Secretaria de Gestão será uma das mais impactadas pelas medidas, mas outras pastas também precisarão se adequar ao novo cenário financeiro.
Mesmo diante de um planejamento de médio prazo, o chefe do Executivo municipal abordou alternativas imediatas para cumprir os compromissos salariais.
Impactos e próximos passos
Secretarias estratégicas, como a de Obras Públicas e Mobilidade Urbana, também deverão rever contratos e projetos para se adequarem à nova realidade fiscal. Durante o dia, além da reunião geral, Brunini planejou encontros individuais com os secretários para identificar demandas específicas e traçar prioridades para o início de sua gestão.
A ordem é clara: reequilibrar as finanças e garantir que os serviços essenciais à população sejam preservados enquanto a cidade enfrenta o impacto do ajuste fiscal.
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