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Café com mais produtividade: Abelhas impulsionam cultivo familiar em Mato Grosso

Café com mais produtividade: Abelhas impulsionam cultivo familiar em Mato Grosso

A agricultura familiar de Mato Grosso pode estar prestes a dar um salto de qualidade na produção de café, graças a uma técnica inovadora de polinização com abelhas. A proposta, que une ciência, sustentabilidade e aumento de renda, foi destaque durante o Dia de Campo – Cadeias de Valor da Agricultura Familiar, realizado na última quarta-feira (11) no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologias (CRPTT) da Empaer, em Tangará da Serra.

Desenvolvido pela Empaer em conjunto com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o projeto aposta na utilização de abelhas nativas e exóticas como agentes polinizadores nos cafezais. O objetivo é claro: aumentar a produtividade e elevar a qualidade dos grãos, com foco nos pequenos produtores.

Segundo João Bosco, pesquisador da Empaer e coordenador da iniciativa, os resultados são promissores. “Há relatos de produtores que, com a polinização assistida por abelhas, alcançaram até 130 sacas por hectare. Com a alta na demanda internacional, especialmente da China, o café ganha força como cultura rentável para a agricultura familiar”, explicou.

A professora Daniele Starktonon, da Unemat, ressalta o duplo benefício da proposta: conservação ambiental e ganhos na produção agrícola. “Estamos avaliando inclusive a prática da apicultura migratória, que permite o deslocamento dos enxames durante o período de floração do café, otimizando a polinização nas propriedades”, detalhou.

A pesquisa também tem despertado o interesse de jovens cientistas. É o caso da mestranda Daniela Padilha, de 31 anos, que veio do Pará para aprofundar os estudos sobre o tema. Para ela, a técnica é sustentável e pode transformar a produção em pequenas áreas, onde o café já começa a se destacar como cultura alternativa.

O evento foi promovido pelo Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci) e da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemat), em parceria com a Prefeitura de Tangará da Serra, a Unemat e a Ceplac.

Com inovação, pesquisa e apoio institucional, a produção de café mato-grossense ganha fôlego e abre caminho para um futuro mais produtivo e sustentável.

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