A carne bovina mantém sua posição como o principal vetor das exportações de Mato Grosso. De janeiro a março de 2025, o produto foi responsável por 80% do volume exportado e 90,7% do valor arrecadado com a venda de proteínas animais para o mercado internacional.
Os dados, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC) e organizados pelo Centro de Dados Econômicos da Sedec, confirmam o protagonismo do estado no cenário agroindustrial brasileiro.
No primeiro trimestre, o volume total exportado de carnes bovina, suína e de frango chegou a 170,7 mil toneladas, um aumento de 8,58% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em termos de receita, o salto foi ainda mais expressivo: 19,3%, alcançando US$ 721,7 milhões, frente aos US$ 604,9 milhões registrados em 2024.
A carne bovina segue à frente com folga. Foram 137 mil toneladas embarcadas, que renderam US$ 654,7 milhões ao estado. Esse desempenho coloca Mato Grosso como o segundo maior exportador do país, com 20,5% da fatia nacional, atrás apenas de São Paulo, que lidera com 21,7%.
Com o maior rebanho bovino do Brasil — 32,8 milhões de cabeças —, Mato Grosso reforça sua força na produção e exportação da carne vermelha. O estado tem intensificado os esforços para conquistar novos mercados, diversificar os destinos e agregar valor à sua produção, com apoio do Governo Estadual, do setor privado e do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, o crescimento expressivo é resultado da maturidade do setor produtivo e de uma política pública consistente voltada à internacionalização.
“Esses resultados refletem a força do nosso produtor, da indústria e das políticas estaduais voltadas à promoção global da nossa carne. Estamos colhendo os frutos de um trabalho que envolve investimento, presença em feiras internacionais e atração de investidores”, afirmou.
Um novo marco deve alavancar ainda mais a competitividade: em maio, o estado deve receber o certificado de zona livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
“Essa conquista vai nos posicionar entre os principais players globais, abrindo portas para mercados exigentes como Japão e Coreia do Sul”, completou Miranda.
Imac intensifica promoção da carne no exterior
O Imac vem desempenhando papel crucial na consolidação da imagem da carne mato-grossense como referência em qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. A entidade tem participado ativamente de eventos internacionais e estabelecido contato direto com compradores e investidores estratégicos.
“O mercado exige atuação estratégica, e o Imac tem trabalhado com parcerias sólidas para reforçar nossa competitividade e atrair novos negócios internacionais”, destacou a diretora-executiva Paula Sodré Queiroz.
Carnes suína e de aves também avançam
Apesar do domínio da carne bovina, os segmentos de carne suína e de frango também mostraram desempenho positivo. A carne suína registrou crescimento de 32%, com 7,8 mil toneladas embarcadas e receita de US$ 17,9 milhões, puxadas principalmente pelas compras da China, Hong Kong, Filipinas, Vietnã e Singapura.
Já a carne de frango atingiu 25,2 mil toneladas exportadas, com faturamento de US$ 49 milhões, representando avanço em relação aos US$ 40,6 milhões de 2024. Os principais destinos foram Arábia Saudita, China, Japão, Emirados Árabes Unidos e Jordânia.
Com esse desempenho em alta, Mato Grosso reforça sua posição como uma das maiores potências agroexportadoras do Brasil e do mundo.
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