Mato Grosso segue em trajetória ascendente quando o assunto é empreendedorismo. Dados mais recentes do Centro de Dados Econômicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Data Hub) revelam que o estado contabilizou 476.906 empresas ativas até fevereiro de 2025, consolidando o comércio como o pilar econômico regional.
Deste total, 402.229 são microempresas, representando a maioria esmagadora do tecido empresarial mato-grossense. Já as empresas de pequeno porte somam 41.782, enquanto outras 32.906 estão distribuídas em categorias de médio e grande porte. O setor de comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios lidera entre os segmentos com maior número de empreendimentos, totalizando 22.085 empresas ativas.
O dinamismo da economia ficou evidente com a abertura de 9.861 novas empresas somente em fevereiro deste ano, o que representa uma alta de 17% em comparação ao mesmo mês de 2024, quando foram registradas 8.413 novas aberturas.
Outras atividades que também se destacaram na movimentação empresarial foram:
- comércio de obras de alvenaria (16.797 empresas),
- transporte rodoviário de cargas (16.063),
- serviços de beleza como cabeleireiros, manicure e pedicure (16.051),
- e promoção de vendas (15.114).
Mercado de trabalho: mulheres e jovens na linha de frente
O relatório também apresenta uma radiografia do emprego no setor. Em 2024, o comércio criou 6.298 novos postos de trabalho com carteira assinada, ficando atrás apenas do setor de serviços, que liderou com 10.882 contratações.
Atualmente, o estoque de contratos formais no comércio é de 253.257, um crescimento de 2,55% em relação a 2023. As mulheres representam 73,87% das contratações, reforçando o protagonismo feminino no setor. Já entre os contratados, 67,58% possuem ensino médio completo, com predominância de jovens de até 24 anos.
As ocupações mais aquecidas foram:
- Trabalhadores de serviços e vendedores do comércio (4.527 novas vagas),
- Serviços administrativos (1.939),
- Produção de bens e serviços industriais (1.539).
Comércio em expansão, mas com desafios
Apesar dos bons resultados, o coordenador do Data Hub, Vinicius Hideki, destaca pontos de atenção. “A economia do estado tem mostrado força com a abertura constante de empresas, e o comércio mantém seu papel de destaque na geração de empregos. Porém, a predominância de microempresas, somada à retração no volume real de vendas e aos baixos salários médios, acende um sinal de alerta”, avalia.
Hideki ressalta a necessidade de investir em inovação, capacitação profissional para jovens e mulheres, e fomentar as cadeias produtivas locais, como forma de garantir mais competitividade e estabilidade ao setor.
Em 2024, o comércio varejista mato-grossense registrou crescimento nominal de 5,8% e um aumento de 1,7% no volume de vendas, reflexo de uma recuperação gradual da economia após períodos de instabilidade. Em comparação, o desempenho de 2023 havia sido de 3,2% no crescimento nominal acumulado.
De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), 90% dos contratos formais no setor comercial têm remuneração média de R$ 1.728,85, o que revela a necessidade de políticas públicas voltadas à valorização salarial e aumento da produtividade.
Com esse cenário, Mato Grosso se posiciona como um terreno fértil para o empreendedorismo, mas com importantes desafios estruturais pela frente para garantir crescimento sustentável e mais equidade no mercado de trabalho.
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