Em um depoimento carregado de detalhes estarrecedores, Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, confessou à Polícia Civil de Mato Grosso como o assassinato da adolescente Heloysa Maria Alencastro de Souza, de 16 anos, foi articulado por seu próprio pai, Benedito Anunciação Santana, de 40 anos. A jovem foi encontrada morta na última quarta-feira (23), em Cuiabá, e o caso comoveu o estado.
Segundo Gustavo, na manhã da terça-feira (22), dia do crime, ele recebeu uma mensagem do pai por volta das 10h30, dizendo que estava “ansioso e mal”. Questionado, Benedito mencionou suspeitar de uma traição por parte de Suellen Alencastro Arruda, mãe de Heloysa, e chegou a enviar uma foto com visualização única acompanhada da frase: “Já pensei em matar alguém”.
Mais tarde, ao meio-dia, Benedito ligou novamente e revelou a intenção de matar Suellen, dizendo que também pensava em tirar a própria vida. Gustavo contou que estava com dois amigos no momento da ligação e colocou a conversa no viva-voz.
“Ele disse que ia matar a Suellen e que queria se matar também. Eu ainda falei que era um problemão, mas no fim acabei indo junto”, declarou o rapaz.
Execução do crime
Por volta das 14h, Benedito foi buscar Gustavo e os comparsas para colocar o plano em prática. O alvo inicial era Suellen e sua filha, mas ao chegarem à residência, apenas Heloysa estava no local, como todos já sabiam de antemão.
“A gente desceu e ficou perto da piscina. Depois fomos pro quarto da Suellen. Quando a Heloysa viu, saiu correndo pro outro quarto”, contou Gustavo. Em seguida, um dos envolvidos a perseguiu. “Ela ainda perguntou o que a gente ia fazer com ela. Um segurou, eu e outro cobrimos o rosto dela, e o terceiro a enforcou.”
Gustavo relatou que amarrou os pés da vítima, enquanto outro prendia os braços, afirmando que não sabia exatamente o que o pai pretendia. “Eu amarrei esperando a Suellen chegar. Achei que ele ia fazer outra coisa, não que ia matar a Heloysa.”
Chegada da mãe
Por volta das 17h, Suellen chegou acompanhada de uma mulher com um bebê. Heloysa já estava morta. Gustavo afirma que Suellen foi rendida e agredida com socos no rosto, e que a mulher que estava com ela também levou um tapa, mas não reagiu.
“Eu vi ele batendo e falei: ‘Você está louco?’. Mas ele mandou parar, disse que não era pra matar a Suellen”, relembrou o jovem.
Desova do corpo
Diante da morte da adolescente, o grupo colocou o corpo de Heloysa no porta-malas do HB20 de sua mãe. Gustavo assumiu a direção do veículo até o local do descarte, um poço indicado por um dos menores envolvidos.
Além do homicídio, os criminosos roubaram diversos itens da casa, incluindo uma televisão, espelhos, joias, um ventilador e cerca de R$ 1 mil em dinheiro. Eles ainda levaram o celular de Suellen e exigiram a senha, com a intenção de acessar contas bancárias. Gustavo diz desconhecer se algum valor chegou a ser transferido.
Os bens foram levados para a casa de um dos menores, que posteriormente foi detido pela polícia. O caso segue sob investigação, com repercussão intensa e clamor por justiça em toda a capital.
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