Centenas de estudantes foram vítimas de um esquema que frustrou sonhos e causou prejuízo de milhões de reais em Mato Grosso.
A manhã desta terça-feira (20) começou com uma grande ofensiva da Polícia Civil de Mato Grosso, que deflagrou a Operação Ilusion, com o objetivo de cumprir 20 mandados judiciais contra os responsáveis por uma empresa de eventos de formatura que encerrou suas atividades de forma abrupta e descumpriu diversos contratos.
A ação é coordenada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e foi desencadeada após centenas de denúncias de vítimas que tiveram suas festas de colação de grau canceladas no fim de 2024. A empresa, sediada em Cuiabá, encerrou as atividades em janeiro deste ano, deixando a frustração no lugar dos sonhos de formandos e seus familiares.
Segundo as investigações, os sócios da empresa Imagem Eventos e da Graduar Decoração e Fotografia, identificados como E.S.S., de 51 anos, e M.J.A.N., de 49, estão foragidos. Ambos são alvos de mandados de prisão preventiva, e até o momento não foram localizados.
A Justiça também determinou buscas e apreensões domiciliares, restrição administrativa de oito veículos, suspensão das atividades das empresas envolvidas e o bloqueio de R$ 7 milhões em bens e contas bancárias dos investigados. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), com parecer favorável da 18ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá.
As diligências estão sendo realizadas com apoio das Polícias Civis do Paraná e da Paraíba, nas cidades de Maringá e João Pessoa.
Esquema envolvia cerca de mil estudantes
As apurações apontam que aproximadamente mil formandos de mais de 40 turmas de universidades e faculdades de Cuiabá, Várzea Grande e municípios do interior de Mato Grosso e Rondônia foram prejudicados. Os maiores danos foram registrados entre estudantes de cursos de medicina e alunos de escolas públicas e particulares.
Conforme o delegado da Decon, Rogério Ferreira, os empresários já sabiam que não conseguiriam cumprir os compromissos assumidos e, mesmo assim, continuaram fechando novos contratos, exigindo pagamento à vista e fazendo promoções. Além disso, esconderam materiais digitais de eventos passados com o objetivo de comercializá-los mais tarde, tudo para arrecadar valores e preparar a fuga.
“Eles agiram com premeditação. Já planejavam encerrar as atividades pelo menos quatro meses antes de fechar oficialmente”, destacou o delegado.
“Ilusão” que virou pesadelo
O nome da operação, Ilusion, representa a falsa promessa vendida pelos investigados, que alimentaram o sonho da formatura em centenas de famílias e, em seguida, desapareceram sem entregar os eventos prometidos. A situação gerou indignação e um prejuízo estimado em mais de R$ 7 milhões.
Os suspeitos devem responder por crimes contra o patrimônio, contra as relações de consumo e por associação criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de prisão, além de multas.
Como denunciar
Pessoas que tenham sido lesadas podem procurar a Delegacia do Consumidor em Cuiabá, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, na Rua General Otávio Neves, nº 69, bairro Duque de Caxias I.
Também é possível denunciar de forma anônima pelo telefone 197 ou pela Delegacia Virtual: delegacia-web.
Denúncias por e-mail podem ser encaminhadas para: [email protected].
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