Os vereadores de Cuiabá, Sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL), viraram alvos de medidas duras da Justiça, que determinou o bloqueio de contas bancárias, imóveis e veículos dos parlamentares, como parte das investigações da Operação Perfídia. A ação, deflagrada na última terça-feira (29), apura o suposto recebimento de propina de R$ 250 mil da empresa HB20 Construções.
A decisão foi assinada pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), e tem o apoio do Ministério Público do Estado. Ao todo, nove veículos e quatro imóveis foram colocados sob custódia judicial.
Bens apreendidos e suspeita de ocultação de patrimônio
Segundo o despacho, Sargento Joelson teve quatro veículos retidos: uma Saveiro, uma moto Honda XR, um Nissan March e uma caminhonete S10. Além disso, uma residência no bairro Parque das Nações, em Cuiabá, também foi bloqueada.
Chico 2000, ex-presidente da Câmara Municipal, teve uma Chevrolet Tracker apreendida e uma casa no Jardim Paulista indisponibilizada. Outro imóvel, registrado em nome de suas filhas, também entrou na lista — o parlamentar possui procuração com plenos poderes sobre a propriedade e a empresa que funciona no local, o que, segundo a magistrada, evidencia uma tentativa de esconder patrimônio e dificultar sua responsabilização criminal.
“O sequestro de bens é uma medida crucial para garantir que o patrimônio obtido de forma ilícita não seja dilapidado, frustrando a responsabilização e a reparação dos danos causados ao erário”, destacou a juíza Edna Coutinho na decisão.
Operação Perfídia: propina e influência no Legislativo
A operação aponta que os parlamentares teriam cobrado propina para aprovar uma proposta legislativa que viabilizou pagamentos milionários à construtora HB20, responsável pelas obras do Contorno Leste, em Cuiabá. Parte do valor teria sido depositada via Pix na conta de José Márcio da Silva Cunha, considerado intermediário da transação — ele também foi alvo da operação.
José Márcio teve quatro carros bloqueados — Parati, Ford Ka, Ônix e HB20 — e uma residência no bairro Ribeirão do Lipa foi tornada indisponível.
“A urgência na decretação do sequestro se justifica pela necessidade de evitar a dilapidação do patrimônio obtido com os crimes, o que comprometeria a devolução dos valores desviados e perpetuaria o enriquecimento ilícito”, diz outro trecho da decisão judicial.
Vereadores afastados
Ambos os parlamentares estão afastados dos cargos por ordem judicial e seguem sendo investigados. Parte do valor da suposta propina, segundo o inquérito, teria sido paga em espécie diretamente nos gabinetes da Câmara Municipal de Cuiabá.
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