Laboratório clandestino que analisava água em Cuiabá é interditado por suspeita de irregularidades

Uma ação conjunta entre a Polícia Civil, a Vigilância Sanitária Municipal e a Secretaria Municipal de Ordem Pública de Cuiabá resultou na interdição de um laboratório clandestino, nesta quinta-feira (12), no bairro Bandeirantes, na capital mato-grossense. O local, que funcionava sem qualquer tipo de licenciamento sanitário ou alvará de funcionamento, era responsável por análises de amostras de água potável oriundas de Estações de Tratamento de Água (ETAs) da cidade.

Durante a fiscalização, as equipes se depararam com um imóvel com aparência residencial, mas que abrigava estruturas laboratoriais improvisadas, incluindo um trailer adaptado para análises móveis. No interior, foram encontrados diversos materiais utilizados para testes em amostras de água, além de insumos vencidos, o que levantou a suspeita de que as análises estavam sendo executadas no próprio local, em condições irregulares.

De acordo com informações de funcionários, a empresa responsável pelo laboratório possui sede no Rio de Janeiro e atuação nacional e internacional. As amostras coletadas em Cuiabá, segundo os relatos, seriam encaminhadas para análise fora do estado. No entanto, a presença de meios de cultura e reagentes com validade expirada sugere que os testes estavam sendo realizados na unidade interditada.

O delegado Rogério Ferreira, da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), informou que será instaurado um procedimento investigatório para apurar possíveis crimes contra a fé pública — como a falsificação de laudos — e crimes contra as relações de consumo, já que os resultados laboratoriais comprometidos podem afetar diretamente a qualidade da água oferecida à população.

Orientações para denúncias

Consumidores que desconfiarem de irregularidades ou se sentirem prejudicados podem procurar a Decon, que atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, na Rua General Otávio Neves, nº 69, bairro Duque de Caxias I, em Cuiabá. Também é possível denunciar pelo e-mail [email protected], pelo telefone 197, ou pela Delegacia Virtual: portal da Delegacia Web.

A investigação segue em andamento para esclarecer a gravidade das irregularidades e seus impactos na saúde pública.