Com o objetivo de inserir mais micro e pequenas empresas no cenário internacional, Mato Grosso iniciou a construção de seu Plano de Promoção da Cultura Exportadora, por meio de uma série de oficinas organizadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As atividades presenciais começaram nesta terça-feira (22) e seguem até quinta-feira (24), em Cuiabá.
A ação faz parte da Política Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), que visa aumentar o número de empresas brasileiras atuando no comércio exterior, especialmente nos estados das regiões Norte e Centro-Oeste, onde o potencial exportador ainda é subutilizado.
Apesar de Mato Grosso figurar entre os maiores exportadores do país em volume, impulsionado pelo agronegócio, a diversidade do perfil das empresas exportadoras ainda é limitada. Em 2024, das 251 empresas mato-grossenses que venderam para o mercado internacional, apenas 22 eram microempreendedores individuais (MEIs) ou microempresas, e 30 de pequeno porte. O restante, 199 companhias, são de médio e grande porte.
Esse cenário contrasta com o de Goiás, onde 163 MEIs e microempresas e 71 empresas de pequeno porte participaram das exportações neste ano — um sinal claro do potencial ainda inexplorado em Mato Grosso.
“Queremos sair da dependência exclusiva do agro e estimular a exportação de outros segmentos, como pulses, gergelim, serviços e produtos industrializados. Essa é uma oportunidade de agregar valor à produção e promover a verticalização da economia local”, destacou Adoniram Magalhães, superintendente de Indústria e Comércio da Sedec.
As oficinas foram divididas em duas etapas: uma virtual, realizada em março, e a atual, com encontros presenciais, que reúnem atores públicos e privados do ecossistema exportador mato-grossense. A proposta é elaborar um plano estratégico e personalizado, baseado na realidade e nos desafios do Estado.
Durante os trabalhos, será construída uma matriz SWOT, ferramenta que identifica forças, fraquezas, oportunidades e ameaças relacionadas ao ambiente de negócios local. “Queremos entender as barreiras enfrentadas pelos pequenos exportadores e propor ações práticas e colaborativas com as instituições já atuantes”, explicou Janaína André, consultora do BID e facilitadora da oficina.
O documento final será entregue até o fim do semestre e servirá como base para políticas públicas, programas de capacitação empresarial e alianças estratégicas que ajudem Mato Grosso a diversificar e democratizar sua pauta exportadora.
Além de representantes do MDIC e do BID, participam das discussões entidades como Aprosoja, Fiemt, Sebrae, Famato, Agrihub, UFMT, Sicredi, Arefloresta, Acrismat, Acemat, AMM, Imea, Azpec, Imac, Sistema OCB, Desenvolve MT, Sefaz, Seciteci, Jucemat, MT Par, entre outras.
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