A Justiça determinou que Jorge Antônio Almeida de Brito será julgado por júri popular pela morte da motociclista Karla Karoline Pereira Carvalho Neves, em um acidente ocorrido no bairro CPA 2, em Cuiabá. A decisão, assinada pela juíza Helícia Vitti Lourenço, da 12ª Vara Criminal, também autorizou a liberdade do acusado, que estava preso preventivamente desde o episódio.
O caso aconteceu na manhã de 21 de novembro de 2024, por volta das 7h30, quando Jorge conduzia seu veículo embriagado, em alta velocidade e na contramão, pela Rua Professora Alice Freire. Ele atingiu a motocicleta pilotada por Karla Karoline, que morreu no local. Em seguida, colidiu com um VW Gol, ferindo quatro ocupantes.
Segundo o laudo da perícia, a ausência de frenagem foi determinante para o impacto fatal. Jorge foi preso em flagrante e permaneceu detido até esta semana.
Na decisão que o envia a júri popular, a juíza levou em conta uma série de provas, como boletim de ocorrência, laudos periciais, depoimentos de testemunhas e vídeos que registram a conduta imprudente do motorista. O material reunido indicaria a existência de indícios suficientes de autoria e materialidade.
A magistrada ressaltou que a definição sobre a existência de dolo eventual — quando o autor assume o risco de matar — ficará a cargo do Conselho de Sentença. Ela destacou, ainda, que a conduta de Jorge, conforme os elementos nos autos, ultrapassa os limites do crime culposo (sem intenção) e deve, portanto, ser julgada por um tribunal do júri.
Na mesma decisão, porém, a juíza entendeu que há fatores que permitem a liberação do acusado para responder ao processo em liberdade. Entre eles, o fato de ele ter tentado compensar financeiramente uma das vítimas, com uma oferta de R$ 25 mil, e ter demonstrado arrependimento durante audiência. Jorge também possui emprego fixo e residência comprovada, pontos considerados positivos pela Justiça.
Com a revogação da prisão, Jorge foi solto nesta terça-feira (03), mas deverá cumprir medidas cautelares rigorosas, entre elas:
- Proibição de sair da cidade sem autorização judicial;
- Comparecimento obrigatório a todos os atos do processo;
- Proibição de contato com testemunhas;
- Proibição de frequentar bares, boates e locais semelhantes;
- Não portar armas, consumir álcool ou drogas;
- Uso de tornozeleira eletrônica.
O descumprimento de qualquer dessas regras poderá resultar em nova prisão.
O julgamento de Jorge Antônio ainda não tem data definida.
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