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Perícia aponta requintes de crueldade em morte de adolescente grávida

Perícia aponta requintes de crueldade em morte de adolescente grávida

A necropsia realizada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) no corpo da adolescente Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, que estava grávida de nove meses, confirmou que a causa da morte foi um choque hipovolêmico hemorrágico. O óbito ocorreu devido a graves lesões no abdômen, provocadas durante a remoção do feto.

O laudo também revelou que a jovem ainda estava viva no momento em que o bebê foi retirado. Além disso, foram identificadas diversas lesões recorrentes, incluindo lesões no rosto e nos olhos, possivelmente causadas por agressões físicas. A vítima foi encontrada amarrada nos punhos e tornozelos com cabos de internet.

As informações foram divulgadas pela Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano, durante entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (14.3) na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Durante a coletiva, o Diretor-Geral da Politec, Jaime Trevizan Teixeira, informou que um exame de DNA foi realizado a partir da coleta de material genético do bebê para confirmar o vínculo biológico com um adolescente. Além disso, a Politec conduz complementares, incluindo a análise de DNA em vestígios encontrados na cena do crime e um exame toxicológico para identificar a possível presença de exames que poderiam ter afetado a consciência da vítima durante o crime. Também foram encontrados vestígios sob as unhas da adolescência para verificar sinais de lesões defensivas.

“Foram aplicados reagentes químicos, como o ‘luminol’, para detectar sangue não visível na residência onde o crime ocorreu. As amostras foram coletadas para identificação da origem do sangue. Durante a remoção do corpo, constatamos sulcos nos punhos e no pescoço, rebaixando o uso de um instrumento de constrição. Também havia sacolas plásticas no local, possivelmente utilizadas para abafar filhos”, explicou Trevizan.

Os peritos destacaram a presença de duas incisões em formato de “T” no abdômen da vítima, indicando que o autor do crime possuía habilidade na realização dos cortes. “Os indícios apontam que o jovem faleceu após perder todo o sangue do corpo. As aberturas foram feitas de maneira precisa, preservando as camadas da pele, órgãos internos e a cavidade uterina, onde o bebê foi encontrado. Havia vestígios placentários em seu útero, confirmando que ela estava no pós-parto”, detalhou Alessandra.

Os laudos periciais serão finalizados e entregues à Polícia Civil no prazo de 30 dias, contendo um relatório completo sobre as evidências coletadas, que ajudam a esclarecer a dinâmica do crime. “Estamos montando um quebra-cabeça, conectando as peças à medida que os exames avançam. Ainda há muitas análises a serem feitas, a investigação deve seguir para que possamos obter respostas técnicas mais precisas”, concluiu Jaime Trevizan.

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