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Polícia Civil deflagra nova fase da Operação Verdades Ocultas

Polícia Civil deflagra nova fase da Operação Verdades Ocultas

Em mais um desdobramento do enfrentamento ao crime organizado no interior de Mato Grosso, a Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (15) a segunda fase da Operação Verdades Ocultas, em Cocalinho. A ação teve como foco o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão domiciliar, direcionados a suspeitos ligados a uma facção criminosa investigada pelo sequestro, homicídio e ocultação dos corpos de um casal desaparecido desde janeiro deste ano.

Coordenada pela Delegacia de Cocalinho e com respaldo da Vara Criminal de Água Boa, a operação teve como alvos cinco investigados — entre eles, dois menores de idade — que podem estar diretamente ligados ao crime brutal que vitimou Glênia Borges da Silva Souza, de 41 anos, e Deived de Oliveira Ferreira, de 21.

Segundo as investigações, o casal teria sido atraído até Cocalinho após fugir de Brasília, onde acumulavam dívidas com traficantes e antecedentes por furtos. Após embarcarem em um ônibus em Goiânia com destino ao município mato-grossense, no dia 8 de janeiro, foram rejeitados por familiares e passaram a viver em um ponto de tráfico local — local onde teriam se tornado alvo da facção.

Crime premeditado

De acordo com os investigadores, os dois foram sequestrados da residência onde estavam, levados até a casa de um integrante do grupo e, ali, submetidos a sessões de tortura, antes de serem mortos. A motivação seria uma espécie de retaliação interna por dívidas e possíveis delações. Os corpos, até o momento, seguem desaparecidos, mas os indícios reforçam a tese de que o casal foi executado ainda dentro do município.

“As diligências realizadas até aqui indicam com clareza o envolvimento dos investigados no crime. A operação visa obter mais provas que possam reforçar o inquérito e nos aproximar da localização dos corpos”, explicou o delegado regional de Água Boa, Valmon Pereira da Silva.

Histórico de violência

A Operação Verdades Ocultas 1, deflagrada em março, já havia revelado a atuação da mesma facção em outros casos de tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver em Cocalinho. O nome da operação simboliza o esforço policial em trazer à tona crimes que permanecem ocultos sob o domínio do medo e do silêncio imposto por facções.

A investigação integra a Operação Inter Partes, uma frente estratégica da Polícia Civil de Mato Grosso no combate à atuação de organizações criminosas, dentro do programa Tolerância Zero, desenvolvido pelo Governo do Estado.

Reforço na repressão

Com o avanço da apuração, novas fases da operação não estão descartadas. As buscas realizadas nesta terça visam coletar provas materiais, aparelhos celulares, armas e documentos que possam esclarecer o paradeiro das vítimas e aprofundar o mapeamento da facção criminosa que atua na região.

A Polícia Civil reforça que denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 197, e que a colaboração da população é essencial para o avanço das investigações e o desmantelamento dessas estruturas criminosas no interior do estado.

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