Durante palestra realizada nesta quarta-feira (24), no auditório da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, voltou a manifestar preocupação com os impactos da Reforma Tributária sobre as finanças estaduais. Segundo ele, o novo modelo de arrecadação aumenta as desigualdades entre os estados e compromete seriamente a capacidade de investimento de Mato Grosso.
“A reforma, do jeito que está sendo desenhada, impõe perdas significativas e injustas para estados produtores como o nosso”, afirmou Gallo ao participar do evento “Integra Tributária 2025 – Impactos da Reforma Tributária em Mato Grosso”, promovido pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRC-MT) e pelo Sescon-MT.
O secretário detalhou que, com a nova legislação, Mato Grosso deve perder cerca de 10% de sua arrecadação. “Isso significa que R$ 7 bilhões deixarão de entrar nos cofres públicos no último ano da transição. E estamos falando de um estado com enorme potencial de crescimento e demandas estruturais urgentes”, reforçou.
Gallo explicou que, sob o novo modelo, apenas 90% do que é arrecadado será redistribuído conforme a participação no ICMS, enquanto o restante irá diretamente para os estados de destino das mercadorias. Esse critério, segundo ele, prejudica profundamente estados que produzem e exportam mais do que consomem.
Além disso, ele criticou a falta de atenção às desigualdades regionais e a ausência de mecanismos de compensação adequados para estados com maior necessidade de investimento em infraestrutura. “A reforma poderia ter sido mais equilibrada e sensível às diferenças entre as regiões do país”, avaliou.
Gallo defendeu uma mobilização coordenada entre os estados prejudicados para pressionar por ajustes no modelo de repartição das receitas do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
“Precisamos levantar a voz. Se não nos posicionarmos agora, corremos o risco de sermos ignorados. É nosso dever lutar por justiça fiscal para Mato Grosso”, concluiu.
O evento reuniu profissionais da contabilidade, empresários, servidores públicos e especialistas em tributos, que debateram os desafios e possíveis caminhos para adaptar o estado às mudanças previstas pela reforma.
Share this content:
Publicar comentário