A capital mato-grossense vive uma semana repleta de arte, educação e sustentabilidade com a Virada Sustentável 2025, que está transformando diferentes pontos da cidade em espaços de reflexão e celebração pela Semana do Meio Ambiente. Desde quarta-feira (5), o evento oferece uma programação plural, que alcança públicos de todas as idades, com ações que vão do entretenimento à formação cidadã.
Após passar por Rondonópolis, a iniciativa ganhou as ruas de Cuiabá, promovendo atividades em bairros diversos, como parte da proposta descentralizada e inclusiva. Segundo Juliana Carvalho, superintendente de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), a ideia é clara: “meio ambiente é para todos”, e por isso, a programação foi pensada para dialogar com diferentes faixas etárias e realidades sociais.
Horto Florestal: bem-estar e conexão com a natureza
Na sexta-feira (6), o Horto Florestal foi palco de uma roda de terapia comunitária integrativa, com foco na sustentabilidade como pilar de uma sociedade mais justa. A atividade, promovida semanalmente há mais de 20 anos pela prefeitura de Cuiabá, integrou a Virada Sustentável neste ano com ênfase na educação popular e saúde coletiva.
Luciana de Moura, professora da UFMT, destacou em sua apresentação os benefícios das florestas urbanas, ressaltando que além de conforto térmico e estético, as áreas verdes têm impacto direto na saúde física e mental da população.
Marco Galceran, líder comunitário da Coophema, reforçou o papel do espaço como ferramenta preventiva de saúde e bem-estar: “o ambiente ajuda a aliviar ansiedade, melhora o convívio social e estimula hábitos saudáveis.”
UFMT promove arte, cinema e reflexão
Na quinta-feira (5), a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também fez parte da Virada com uma série de atividades que integraram arte, cultura e sustentabilidade. A oficina “Desenhos de escrita: Antropoceno e colapso ambiental na narrativa Yanomami” abriu a programação com uma análise do livro A Queda do Céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, conduzida pela pesquisadora Andréia Zattoni.
A reflexão trouxe à tona uma perspectiva indígena sobre a crise ambiental, reforçando a ideia de que a Terra é um organismo vivo e parte essencial da existência humana.
Em seguida, a exposição “Memória Biocultural – Narrativas de Resistência” no Museu de Arte e Cultura Popular (MACP) apresentou 60 obras de artistas mato-grossenses, com curadoria da artista Ruth Albernaz. Para ela, a mostra amplia as percepções do público sobre práticas sustentáveis por meio da arte.
O dia encerrou com exibição de filmes no Cineclube Coxiponés, com os documentários “8 Bilhões: Somos todos responsáveis” e “Plantadores de Água”, seguidos por roda de conversa mediada pela diretora Danielle Bertolini.
Cultura ribeirinha e música embalam o fim de semana
A programação do sábado (7) acontece no Parque Zé Bolo Flô, durante a manhã e tarde, com ênfase na cultura tradicional ribeirinha. Oficinas e apresentações de siriri, cururu, cerâmica pantaneira e contação de lendas do Rio Cuiabá ao Pantanal encantam o público.
À noite, o foco se volta ao Parque das Águas, com shows a partir das 19h30 de Buriti Nagô, Santian, Estela Ceregatti e Sasminina. O local também abriga uma escultura de capivara com 4 metros de altura, obra do artista Eduardo Baum, que destaca o papel desse animal na manutenção do equilíbrio ambiental.
Encerramento com arte, caminhada afro e concerto popular
O domingo (8) reserva uma série de atividades no Parque Mãe Bonifácia, com oficinas de desenho, trilhas, apresentações circenses e ações voltadas à qualidade de vida e bem-estar.
A manhã terá a Caminhada Afro – Rota da Mãe Bonifácia, às 9h30, com intervenções artísticas em homenagem à memória negra e à personagem histórica que dá nome ao parque.
O festival se encerra com o Concerto Popular “Cantando Nossa Terra”, às 16h30, na Concha Acústica do parque, com Vera Capilé, Roberto Lucialdo e o Núcleo de Cordas da Orquestra da UFMT.
Uma construção coletiva pela sustentabilidade
A Virada Sustentável Mato Grosso 2025 conta com patrocínio da Rumo Logística, via Lei de Incentivo à Cultura, e apoio de diversas instituições, como Prefeituras de Cuiabá e Rondonópolis, ALMT, Secel, Seduc, UFMT, UFR, Sesc, TV Centro América, Cineclube Coxiponés e Ministério do Meio Ambiente.
Mais que um festival, a Virada é um movimento coletivo de transformação, que promove educação, arte e consciência ecológica, essencial para um futuro mais sustentável e justo para todos.
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